A cidade de Ponta Grossa enfrenta uma crise de abastecimento de água, que começou afetando os moradores e agora impacta mais diretamente indústrias e o comércio local e todas as camadas sociais. Diante dessa situação, órgãos representativos como o Sindilojas, a Abrasel, a Prefeitura e a ACIPG publicaram notas oficiais expressando preocupação e exigindo providências da concessionária Sanepar.
As manifestações destacam a preocupação dos setores público e privado com os impactos da crise hídrica e reforçam o apelo por soluções imediatas para o restabelecimento do abastecimento. A situação segue sendo acompanhada de perto por autoridades e representantes e pelo Diário dos Campos. Confira abaixo algumas das notas publicadas nesta terça-feira (18):
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Sindilojas PG
“O Sindilojas Ponta Grossa e Região manifesta sua preocupação diante da constante falta de água em Ponta Grossa, o que vem afetando diversos setores econômicos, principalmente o varejo.
Como representantes de mais de 10 mil empresários do setor, queremos um posicionamento claro da Sanepar sobre a falta de água, um cronograma fiel aos bairros que terão desabastecimento e a correção imediata dos problemas que vêm afetando nossa cidade.
A atual situação tem gerado profundo impacto econômico, pois empresas precisam contratar caminhão-pipa de Curitiba, já que a disponibilidade local está dedicada às escolas e hospitais. Além disso, temos conhecimento de locais onde as atividades foram encerradas pela falta de água, o que agrava ainda mais a situação da nossa cidade.
Defendemos soluções eficazes para pôr fim à falta de água na cidade e a transparência na comunicação sobre as ações para a regularização do abastecimento.
Reiteramos nosso compromisso com a defesa dos interesses das empresas do setor e com o desenvolvimento econômico da cidade. Seguiremos acompanhando a situação e confiamos que medidas adequadas serão tomadas para garantir um abastecimento de água estável e confiável.”
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Abrasel
“Mais uma vez, a Abrasel Campos Gerais manifesta seu descontentamento com a Sanepar em Ponta Grossa diante da falta de água que se repete na cidade.
Além do rodízio aplicado há algumas semanas, a Sanepar realizou obras para aumento de captação de água que seria uma solução, mas pela irresponsabilidade da empresa, se tornou um grande problema e gerou mais de 48 horas sem água na cidade, afetando pessoas e principalmente as empresas da alimentação fora do lar.
Os empresários que já trabalham no prejuízo, diante do atual cenário econômico, agora precisam fechar suas portas pela incompetência da empresa de saneamento da cidade.
A Abrasel Campos Gerais questiona a Sanepar: até quando a situação de falta de água vai permanecer? São inúmeras promessas descumpridas e cronogramas mentirosos que vêm afetando todo o setor desde janeiro.
Seguiremos observando e atuando, de maneira judicial, sobre a situação, protegendo o setor.”
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Prefeitura
“A Prefeitura de Ponta Grossa, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, está adotando medidas rigorosas diante da reincidência no desabastecimento de água no município por parte da Sanepar. A AGEPAR também foi novamente notificada sobre a situação, reforçando a necessidade de providências urgentes para garantir o direito dos cidadãos ao fornecimento adequado de água.
Além das notificações, a Prefeitura está em diligências para apurar as novas ocorrências e aplicar as penalidades cabíveis. Nos termos do Parágrafo Único do Art. 2º da Lei Municipal nº 8.427/2006, será aplicada à concessionária uma multa mensal no valor de 10% do faturamento bruto mensal da companhia, sem prejuízo das sanções previstas no Art. 38 da Lei Federal nº 8.987/1995. A istração municipal reafirma seu compromisso em fiscalizar e assegurar que a concessionária cumpra suas obrigações contratuais, adotando todas as providências necessárias para proteger os direitos da população.”
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ACIPG
“A Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), em nome dos mais de 2,2 mil associados, vem a público expressar sua profunda preocupação e indignação diante da falta de água que afeta nossa cidade.
Diversos empreendimentos fecharam as portas, indústrias paralisaram a produção e escolas cancelaram as aulas devido à escassez de água, promovendo um cenário inissível que exige ações urgentes por parte das autoridades competentes.
Como representante do setor produtivo e da sociedade civil organizada, a ACIPG exige que as autoridades tomem medidas imediatas para resolver essa crise e garantir o abastecimento de água para a população. Entre as medidas solicitadas estão: ações emergenciais para restabelecer o abastecimento de água; investimentos em infraestrutura para evitar futuras crises; e transparência na comunicação com a população sobre as ações em andamento.
A presidente Giorgia Bin Bochenek, em nome dos associados, expressa indignação com uma situação que se prolonga por várias semanas. ‘A ACIPG vem dialogando continuamente e cobrando respostas para um problema que afeta a economia, a sociedade e a saúde pública. Os constantes pedidos de resolução exigem ações mais ágeis e efetivas. Como legítima representante do setor produtivo e da sociedade civil organizada, a ACIPG exige medidas urgentes e concretas para resolver essa situação calamitosa, que não pode mais se prolongar em nossa cidade’, afirma.
A ACIPG reforça que está à disposição para dialogar com os poderes competentes, auxiliar no que for necessário e defender os interesses de comerciantes e empresários, garantindo o pronto atendimento às demandas da comunidade.”