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Arqueólogos descobrem um tesouro com mais de 3 mil anos

Alguns dos artefatos de metal do início da Idade do Ferro descobertos na Colina Somló, Hungria - Sputnik Brasil, 1920, 05.05.2025 CC BY 4.0 / László György/Bence Soós et al., Antiquity (2025) /

A descoberta de mais de 900 artefatos metálicos com mais de 3 mil anos na Hungria está revolucionando o entendimento sobre os rituais e modos de vida das sociedades da Idade do Bronze e da Idade do Ferro.

Um conjunto extraordinário de artefatos metálicos com mais de 3.000 anos foi descoberto na colina Somló, no oeste da Hungria, revela aspectos inéditos das práticas sociais e rituais das comunidades da Idade do Bronze Final e da Idade do Ferro Inicial.

As escavações, realizadas entre 2023 e 2025 pela equipe do Museu Nacional Húngaro, revelaram mais de 900 objetos metálicos, com cinco dos seis tesouros datando da Idade do Bronze Final e um do início da Idade do Ferro.

Segundo a descoberta, detalhada recentemente na revista Antiquity, a equipe utilizou tecnologias modernas como detecção de metais, prospecção magnética e varredura a laser para mapear o planalto sudeste da colina Somló, onde os objetos estavam concentrados.

Ponta de lança em estilo alpino do Tesouro I na Colina Somló, na Hungria - Sputnik Brasil, 1920, 05.05.2025
Ponta de lança em estilo alpino do Tesouro I na Colina Somló, na Hungria | CC BY 4.0 / Bence Soós et al., Antiquity (2025) /

Entre os achados estão joias, broches, discos decorativos e uma rara ponta de lança alpina. Dois dos tesouros foram encontrados enterrados em vasos de cerâmica, prática até então apenas hipotética para a região.

Esses vasos foram escaneados por tomografia computadorizada e de nêutrons para entender a disposição interna dos objetos e suas técnicas de fabricação. Os pesquisadores mencionam ainda que o artefato Tesouro V se destacou por conter não apenas metais, mas também contas de âmbar, presas de animais e fragmentos de tecidos e couro, indicando um ritual complexo de deposição.

A descoberta desafia ideias anteriores sobre os padrões de ocupação da região, sugerindo que a colina foi habitada de forma contínua durante a transição entre as idades do Bronze e do Ferro. Análises em andamento, como datação por radiocarbono, devem ajudar a estabelecer uma cronologia mais precisa da ocupação do sítio.

A disposição cuidadosa dos objetos nos tesouros sugere práticas simbólicas sofisticadas, possivelmente associadas a uma elite guerreira. Os pesquisadores acreditam que a colina Somló pode ter sido um centro de poder tribal, reforçado por túmulos monumentais encontrados nas proximidades e indícios de um assentamento permanente.

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A colina Somló, um monte vulcânico extinto de 425 metros no condado de Veszprem, já era conhecida por sua relevância histórica, mas só recentemente ou por investigações arqueológicas sistemáticas.

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