Referência na produção láctea, o Paraná está prestes a dar mais um o para consolidar sua posição de expoente dessa cadeia produtiva. O Estado foi escolhido para sediar o Centro de Excelência em Leite, do Senar Nacional. Trata-se de um complexo educacional especializado na cadeia produtiva, que será construído em Castro, nos Campos Gerais – município reconhecido por lei federal como Capital Nacional do Leite.
Complexo educacional
A futura instalação do complexo educacional vai oferecer cursos de nível técnico-profissionalizante e especializações gratuitos e reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC). O Centro de Excelência deve começar a funcionar em 2027.
“É um marco para o Sistema FAEP e para o setor de pecuária leiteira paranaense. Teremos um centro referência em âmbito nacional, voltado à educação formal. Vamos preparar os novos profissionais que vão atuar nessa cadeia produtiva tão importante para a economia do Paraná e do país”, comentou Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP
O o mais recente para a consolidação da nova instituição ocorreu em 13 de maio, quando o Sistema FAEP e a cooperativa Castrolanda celebraram um contrato de compra e venda do terreno onde o centro de excelência será construído: uma área de quatro hectares anexa ao Parque Tecnológico da Agroleite, uma das principais feiras agropecuárias do setor. A escolha do Paraná como sede da instituição de ensino, no entanto, é resultado de um processo que começou há mais de nove meses, em 29 de julho do ano ado.
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Na ocasião, uma comitiva do Sistema FAEP liderada por Meneguette promoveu uma missão em Brasília, onde visitou diversas instituições. Na Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os paranaenses obtiveram a informação sobre a expansão dos seus centros de excelência e que ainda não havia local definido para sediar a escola voltada à bovinocultura de leite. Naquele mesmo dia, o Sistema FAEP começou seus esforços para que o Paraná fosse escolhido.
Por que em Castro?
Dentre os municípios e regiões levados em consideração, acabou-se por escolher Castro em razão de sua relevância para a cadeia produtiva. A “capital do leite” tem um rebanho de mais de 53,4 mil vacas ordenhadas, com produção média anual de 8,4 mil litros por animal. Para efeitos de comparação, a média nacional é de 2,2 mil litros por vaca/ano. O desempenho em produtividade de Castro se aproxima de líderes da pecuária leiteira mundial, como Estados Unidos e Alemanha, e supera o de países como a França e Nova Zelândia.
“Entre mais de 5,5 mil cidades do país, Castro vai ser a única a ter um centro de excelência como esse, voltado ao leite. Isso cria uma marca. Será um com plexo educacional que vai formar profissionais para atuar na cadeia produtiva e em que filhos de produtores terão preferência”, diz o prefeito Doutor Reinaldo. “É um marco importante dentro do nosso projeto de transformar Castro num polo de desenvolvimento”, acrescenta.
Por sua vez, o presidente da Castrolanda, Willem Berend Bouwman, assinalou o impacto positivo do projeto na educação e formação técnica de prof issionais, visando o desenvolvimento e sustentabilidade do setor. “A cadeia do leite demanda muita mão de obra e a capacitação faz toda a diferença quando pensamos em qualidade do leite, sanidade e bem-estar dos rebanhos”, aponta.
Estrutura do complexo educacional
Com localização junto ao Parque Tecnológico da Agroleite, o complexo educacional será composto por oito blocos (sete com estrutura padrão e um adaptável, conforme futuras definições do comitê técnico), que vão se estender por uma área construída total de 4,3 mil metros quadrados. O empreendimento receberá investimentos da ordem de R$ 32 milhões. O início das obras está previsto para agosto deste ano, com lançamento da pedra fundamental durante a Agroleite.
Entre a infraestrutura, um dos blocos terá seis salas de aula e uma sala de tecnologia da informação. Outro anexo sediará quatro laboratórios. Outro bloco será destinado a receber uma biblioteca e um laboratório de informática. As demais dependências serão destinadas a prédios istrativos, salas de videoconferência, refeitório, cozinha e vestiário, entre outros espaços. O projeto arquitetônico vai seguir o padrão dos prédios da Agroleite, que incorporam elementos da arquitetura holandesa, fortalecendo o vínculo com a comunidade local.
A partir de agora, os trabalhos se dividem em duas frentes. Uma conduzida por uma equipe técnico-pedagógica, que vai definir, por exemplo, o corpo docente, os cursos que serão ofertados e as diretrizes educacionais da instituição. Outra diz respeito à infraestrutura (ou seja, à construção do complexo educacional) e à aquisição dos equipamentos para os laboratórios e salas. A previsão é de que o Centro de Excelência em Leite comece a operar em 2027.
Com informações da FAEP