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A imprensa ponta-grossense e a trajetória do Diário dos Campos

“Tomamos a nós a tarefa, em virtude de se achar ausente do Estado o prof. Osvaldo Pilotto, o qual, na mocidade, decidira colecionar jornais do Paraná, principalmente os primeiros números. Entrou a Princesa dos Campos com régios contingentes. Foram apenas esses exemplares que nos propusemos a revelar, e isso com o propósito de que ficasse atendido a solicitação para serem expostos por ocasião dos festejos do Sesquicentenário da criação da Freguesia. É natural caber o mérito a quem colecionou, possibilitando a reconstituição. Louvemos, pois, o ponta-grossense de relevante serviços, que generosamente confiou ao ponta-grossense de coração o relicário há tanto conservado com especial carinho” (Valfrido Pilotto).

Em 1973, Valfrido Pilloto registrava com essas palavras o trabalho de relacionar as páginas da rica história da imprensa na cidade, no decorrer das celebrações dos 150 anos de Ponta Grossa. Como uma homenagem, foi realizada uma exposição com os exemplares colecionados por Osvaldo Pilotto, sendo que dentre semanários, diários, jornais de curta circulação, edições em alemão e polonês, se destacava como exemplo de pioneirismo o jornal “O Progresso”, precursor do Diário dos Campos.

Ao completar 118 anos de existência, observamos, nessa publicação feita por Valfrido Pilloto, a menção aos exemplares, primeiro de “O Progresso” e depois, a partir de 1913, do Diário dos Campos:

“O número 1 d’ O Progresso saíra a 27 de abril de 1907. Conforme narrativa deixada pelo Jacob Holzmann, e constante das preciosas “Cinco Histórias Convergentes” (1966) de Epaminondas Holzmann, certo dia apareceu àquele um tipógrafo desempregado: Acha-se à venda, aqui, um tipógrafo completo para jornal e obras, pelo preço insignificante de um conto de réís.  Eu sozinho faço o jornalzinho semanal e mais as obras que aparecerem. O senhor far-me-á o ordenado que achar conveniente”.

“Do semanário O Progresso, surgira o Diário dos Campos – e era o oitavo aniversário dessa transformação o fato a colocar em justificado júbilo o fundador Jacob Holzmann e o atual responsável pela condução do inestimável troféu, bem como diversos daqueles que haviam sempre, com fidelidade, se feito voluntários da pungente, mas ufana escalada (comentário sobre o número 1335 de 27 de abril de 1915).

Assim, como quase um acaso, surgiu um dos mais emblemáticos jornais do Paraná, que atravessou o século XX, ostentando o título de Diário dos Campos, com a colaboração, dentre outros, de Hugo Mendes Borja dos Reis que integrava uma plêiade de intelectuais literatos que se esforçavam para concretizar o “corajoso, lúcido e honrado império da verdadeira imprensa” que surgia nos Campos Gerais.

Agora, ao completar mais um ano, o Diário dos Campos se consolida avançando também nos meios eletrônicos, como mensageiro de uma cidade moderna e inovadora!

Exposição “Ideais de ontem, da cidade sempre jovem”, de jornais ponta-grossenses, promovida pelo Departamento de História da UEPG, em homenagem ao Sesquicentenário de Ponta Grossa (setembro de 1973).

*Texto originalmente publicado na edição impressa do Diário dos Campos de 25/04/2025, na coluna Sherlock Holmes Cultura.

Fotos: acervo de Carlos M. Fontes Neto.

O Progresso, 1909
Diário dos Campos, 1939
Diário dos Campos, 1947
Diário dos Campos, 1960
Diário dos Campos, 2024

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