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A Bandeira Paranaense deTurismo em Vila Velha

Chegada do grupo de integrantes da BPT na estação do Desvio Ribas (distante 9 km de Vila Velha), dia 22 de outubro de 1933 (acervo de André M. Rodrigues).

“Tem por fim fazer conhecido o solo do Paraná” – Esse era o lema da Bandeira Paranaense de Turismo (BPT), primeiro movimento organizado de turismo no Paraná. A BPT foi idealizada em 1933 por Júlio Estrella Moreira e José Peon e teve como fundadores, além dos dois, Fernando Moreira e Oswaldo Pilotto. Até então, o turismo no Paraná era normalmente à visita a parentes distantes no Paraná.

Não havia um movimento de turismo para locais pitorescos e as belezas do Paraná eram pouco visitadas. As idas ao litoral eram preferencialmente feitas no inverno por conta dos surtos de doenças tropicais que ocorriam no verão.

A BPT, no seu primeiro ano, visitou Vila Velha. Foi a sétima viagem da BPT e a mais distante de Curitiba até então. A viagem dependeu de muito planejamento e logística considerando as dificuldades de estradas, infraestrutura local e até de comunicação. O grupo de 160 pessoas elegantemente vestidas, homens com paletó e gravata e mulheres com vestidos, saiu às 3:00 da manhã de trem de Curitiba.

Imaginem a dificuldade de estar com a família às 3:00 da madrugada na estação ferroviária numa época praticamente sem opções de transporte no meio da noite. O grupo seguiu entusiasmado e por vezes cantavam o Hino da BPT até chegarem ao Desvio Ribas, estação mais próxima de Vila Velha.

De lá seguiram em cinco caminhões com tábuas colocadas transversalmente na carroceria servindo como bancos improvisados. Eram trinta e duas pessoas por caminhão que, apinhadas, se sacudiam por estradas esburacadas até a fazenda particular onde ficava a formação arenítica chamada Vila Velha. Lá aram o dia sem nenhuma das comodidades modernas de infraestrutura.

Cada um levava sua comida e água para o dia e banheiros eram improvisados no meio do mato. Vila Velha, naquele ano de 1933, era uma propriedade particular. Ela foi desapropriada em 1943 e em 1953 se tornou a primeira Unidade de Conservação (UC) estabelecida no Paraná, virando parque estadual em 1966.

Integrantes da BPT na Taça da Vila Velha. (acervo de André M. Rodrigues)
Integrantes da 7ª. Viagem da BPT, chefiada pelo professor Fernando Motta, aram um domingo na Vila Velha (acervo de André M. Rodrigues)

André M. Rodrigues é formado em Odontologia pela Universidade Federal do Paraná, Master of Sciences em Biologia Oral pela Universidade da Califórnia, Los Angeles, tendo exercido docência no Brasil e na Espanha. É autor de mais de uma centena de publicações cientificas e palestrante versátil em temas científicos e leigos, tanto no Brasil quanto no exterior. Além do crédito de ser o construtor do primeiro carro de velocidade extrema para deserto do sul do Brasil é detentor do recorde sul-americano de velocidade na categoria. Autor multifacetado, com pesquisas cuidadosas que rendem importantes resgates históricos, como observamos na sua última obra, “O Educador’ (Fundação Cultural de Curitiba, 2023), onde revela através da vida de seu bisavô importantes fatos da história da educação paranaense. É ocupante da cadeira 16 e atual presidente da Academia Paranaense de Odontologia, Diretor de Projetos do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e Segundo Secretário do Observatório da Cultura Paranaense.

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